Marli
Lopes da Costa
Ricardo
Vieiralves de Castro
Universidade
do Estado do Rio de Janeiro
1678-4669
Acervo
disponível em: www.scielo.br/epsic
"A palavra
patrimônio, bem como memória, compõe um léxico contemporâneo de expressões cuja
característica principal é a multiplicidade de sentidos e definições que a elas
podem ser atribuídos (Ferreira, 2006). Ambas as palavras plurais
em sua essência, reúnem uma série de contradições e complexidade quanto a sua
definição e ganham cada vez mais espaço no cotidiano.
Ferreira
(2006) destaca que para além da origem jurídica do termo, o sentido evocado ao
termo patrimônio é o da permanência do passado, da necessidade de resguardar
algo significativo no campo das identidades, do desaparecimento.
Recorrendo
a Dominique Poulot, a autora explica que por um lado, “a história do patrimônio
é a história da construção do sentido de identidade e mais particularmente, dos
imaginários de autenticidade que inspiram as políticas patrimoniais” (Poulot,
1997, citado por Ferreira, 2006) e por outro lado, uma categoria de pensamento
que, abordado nessa condição, pode ser compreendido como esse esforço constante
de resguardar o passado no futuro. “Para que exista patrimônio é necessário que
ele seja reconhecido, eleito, que lhe seja conferido valor, o que se dá no
âmbito das relações sociais e simbólicas que são tecidas ao redor do objeto ou
do evento em si.” (p. 79).
Considerando que noções de tempo e identidade
operam em conjunto para o reconhecimento de algo como patrimônio, e, mais do
que reconstruir o passado supostamente conservado ou retido, a preocupação
subliminar é garantir o presente e projetá-lo em um devir, a autora complementa
que é fundamental ressaltar que o patrimônio é uma construção cultural,
portanto, um jogo de escolhas e um espaço de conflitos".
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