sábado, 24 de maio de 2014

Patrimônio Imaterial Nacional: preservando memórias ou construindo histórias?




Marli Lopes da Costa

Ricardo Vieiralves de Castro

Universidade do Estado do Rio de Janeiro
 
ISSN (versão eletrônica):

1678-4669
Acervo disponível em: www.scielo.br/epsic
 
 
"A palavra patrimônio, bem como memória, compõe um léxico contemporâneo de expressões cuja característica principal é a multiplicidade de sentidos e definições que a elas podem ser atribuídos (Ferreira, 2006). Ambas as palavras plurais em sua essência, reúnem uma série de contradições e complexidade quanto a sua definição e ganham cada vez mais espaço no cotidiano.  
 
Ferreira (2006) destaca que para além da origem jurídica do termo, o sentido evocado ao termo patrimônio é o da permanência do passado, da necessidade de resguardar algo significativo no campo das identidades, do desaparecimento.
 
Recorrendo a Dominique Poulot, a autora explica que por um lado, “a história do patrimônio é a história da construção do sentido de identidade e mais particularmente, dos imaginários de autenticidade que inspiram as políticas patrimoniais” (Poulot, 1997, citado por Ferreira, 2006) e por outro lado, uma categoria de pensamento que, abordado nessa condição, pode ser compreendido como esse esforço constante de resguardar o passado no futuro. “Para que exista patrimônio é necessário que ele seja reconhecido, eleito, que lhe seja conferido valor, o que se dá no âmbito das relações sociais e simbólicas que são tecidas ao redor do objeto ou do evento em si.” (p. 79).
 
Considerando que noções de tempo e identidade operam em conjunto para o reconhecimento de algo como patrimônio, e, mais do que reconstruir o passado supostamente conservado ou retido, a preocupação subliminar é garantir o presente e projetá-lo em um devir, a autora complementa que é fundamental ressaltar que o patrimônio é uma construção cultural, portanto, um jogo de escolhas e um espaço de conflitos".
 

 

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